Ricardo F. Gama - vítima do Estado |
Mais uma mistério do qual todos sabemos o segredo.
Nesta terça-feira, um homem foi morto a tiros enquanto estava sentado em cima de um muro na Vila Caiçara. Foi morto pelas costas. O assassino estava numa moto e fugiu sem ter a placa anotada.
Quantos casos exatamente iguais você conhece? Quantos casos exatamente iguais acontecem todos os dias pela Baixada Santista?
Todos se lembram do assassinato de Ricardo Ferreira Gama, auxiliar de limpeza da Unifesp, morto por motoqueiros encapuzados dois dias depois de ser brutalmente agredido por policiais em frente o local de seu trabalho, durante o horário do almoço.
Todos se lembram dos assassinatos dos MC's na Baixada, entre 2010 e 2012. Muitos por homens encapuzados em motos.
Ora, e todos sabemos quem está por trás dessas mortes. Sabemos que a polícia na Baixada se organiza em esquadrões da morte. Sabemos que a polícia é criminosa, que é preparada para ser violenta.
Nosso modelo de segurança pública de "redemocratização", pelo qual passamos nos anos 80, tem na estrutura da polícia civil e militar a mesma estrutura repressora montada pela ditadura militar. Depois do fim da ditadura, não houve avanço na política de segurança pública.
Nosso papel é resistir! |
A pessoa baleada no Caiçara, Ricardo, os MC's, e tantos outros que morrem todos os dias nas periferias são vítimas dessa política. Não queremos que sejam apenas mais um e mais um e mais um.
Apenas segundo os números oficiais, em 2013, morreram 157 pessoas no estado de São Paulo em “confrontos” com a polícia. Os mesmo números indicam a morte de dois policiais. Ora, isso é evidentemente um genocídio da juventude preta, pobre e periférica.
Esse modelo de segurança está falido, não há mais condição de seguir com ele. Mas que modelo de segurança pública queremos? É preciso desmilitarizar a polícia, mas isso não basta. Basta vermos como as guardas civis funcionam de modo muito parecido com a PM. É preciso que a lógica militarista, repressiva que trazemos dos tempos de ditadura não siga pautando a política de segurança. Para isso é imprescindível que o corpo de segurança tenha gestão das/os trabalhadoras/es.
É importante olhar para as novas perspectivas de segurança, porque está claro que a nossa não funciona. Aliás, funciona. Pra quem tenha o capital e a propriedade.